n.110 | 2020 – Minha mãe vive aqui

Isabel Zapata

Baixar

Descrição

Em “Minha mãe vive aqui”, Isabel Zapata escreve a partir da memória de uma filha que herda a biblioteca de sua mãe. A escolha das obras, as linhas grifadas e a escrita nas margens dos livros fornecem traços de intimidade, ressoando a voz de quem formou aquela biblioteca. Trata-se de um ensaio sobre a herança, a literatura, o amor aos livros e também sobre a duração das palavras impressas que, mesmo marcadas por quem as lê, sobrevivem ao seu desaparecimento.

“Há distintas maneiras de amar os livros. Alguns se aproximam deles com amor cortês, como se cuidar deles implicasse conservá-los como novos, alheios à passagem do tempo. Quando muito, deixam um asterisco pequeno, sempre a lápis, ou marcam a página com um papelzinho. Já minha família professa pelos livros um amor carnal. Sublinhamos e anotamos com a caneta que estiver à mão, traçamos colchetes, parênteses, flechas, sinais de exclamação e rabiscos, improvisamos marcadores com notas fiscais do supermercado ou com a conta do gás. Não somos os únicos: Alfonso Reyes conta que Antonio Machado mastigava os livros até que ficassem reduzidos a uma borboleta de asas arredondadas. São variações do amor.”

Projeto Caderno de Leituras, nº 0699, aprovado no Edital 2017 oriundo da Política de Fomento à Cultura Municipal (Lei nº 11.010/2016).

Seleção, tradução e notas
Gabriel Bueno da Costa

Revisão da tradução
Thiago Panini Primolan

Revisão do português
Clara Delgado

Projeto gráfico
Rita Davis

Julho de 2020

Você também pode gostar de…